Ministrantes: Profº. Dr. Adson Manoel Bulhões (IFAM)
Doutoranda: Sofia Maria Oliveira de Oliveira (UFAM)
EMENTA: O conhecimento científico não comporta e nem conversa com todas as formas de saber, nem dispõe de mecanismos apropriados aos saberes que emergem das práticas sociais das mulheres da floresta. As mulheres da floresta (agricultoras, pescadoras, artesãs, benzedeiras, xamãs, quebradeiras de côco de babaçu, roceiras dentre outras) atuam com um conjunto de informações e saberes que remontam à sua ancestralidade. Trata-se de modos de fazer, criar e saber, transmitidos de forma oral de geração a geração. Este minicurso fará esta discussão no contexto dos saberes da foresta, remetendo para a perspectiva de uma ecoética e antropoiesis das mulheres da floresta. Discutirá o aspectos do ecofeminismo na Amazônia com seu verniz ecológico do ato de viver a vida, que está presente no modo prosaico da selva. As mulheres floriram a selva com o seu repertório de canto de trabalho, práticas sociais, processos de cura com as ervas, enfim, saberes e práticas que fazem pulsar uma poética da floresta, o que permite pensar numa estética do ecofeminismo.
Palestrantes: Profª. Dra. Márcia Maria de Oliveira (UFRR)
Profª. Dra. Christiane Pereira Rodrigues (IFAM/Parintins)
EMENTA:
A vivência das mulheres na Amazônia profunda, rural, engendra um repertório de práticas sociais e de trabalho de largo alcance para o desenvolvimento regional. Há nestas práticas sociais uma força de um espírito feminino que vem do útero da terra com o cheiro da ancestralidade dessas mulheres. As práticas sociais evocam esse espírito ecofeminista de pertencimento das mulheres com Mãe-Terra, a água e a floresta. São práticas de artesania, meliponicultura, olaria, produção de alimentos orgânicos, associativismo, economia solidária, mulheres quebradeiras de côco de babaçu, camaroeira, agricultoras, mulheres da casa de farinha, ceramistas dentre outras. Este curso tem o propósito de trazer essas discussões no âmbito das relações de gênero, chamando a atenção para as mulheres rurais que padecem de invisibilidade e clamam por respeito às suas diferenças. Trabalharemos com oficinas e narrativas feitas por mulheres da artesania e da pesca de camarão.
Palestrantes: Msc. Elisiane Sousa de Andrade (SEMED/Manaus)
Ativista Núbia Rios (Movimento Musa)
EMENTA: A economia feminista é um conceito novo que emerge com grande potencial de análise. Trata-se de todos os tipos de trabalhos desenvolvidos por mulheres nas mais diversificadas modalidades incluindo, o trabalho industrial, o comercio a agricultura familiar, pesca artesanal, economia solidaria dentre muitos outros. Estamos do protagonismo feminino que se apresenta de forma inteligente, como ação produtiva rentável. As mulheres aparecem como sujeitos centrais nos grupos, postos e empreendimentos de trabalho em todo o país. Suas experiências inovadoras serão repassadas neste minicurso por ativistas dos movimentos feministas de Manaus, mostrando que as mulheres se reinventam em meio à crise do trabalho de forma inovadora. O minicurso mostrará que as mulheres descobriram novos caminhos construindo novas metodologias de trabalho no campo do associativismo e cooperativismo. Trata-se de empreendimentos solidários autogeridos com a efetiva organização das mulheres. Serão realizadas oficinas cm exposições de experiências por parte das mulheres da Amazônia e de outras regiões
Palestrantes: Dra. Alessandra do Amaral Sales (SEMED/Manaus)
EMENTA: Este minicurso abordará as questões socioambientais da cidade, tendo por base as experiências das mulheres no campo dos movimentos sociais. Discutiremos o protagonismo das mulheres no movimento de moradia, evidenciando o racismo ambiental na relação com a sociedade. Abordaremos as situações de conflito das mulheres com o poder local, a luta pela terra, as ocupações protagonizadoras por
mulheres e a construção da cidade para todas, todos e todes.
Palestrantes: Profª. Dra. Iraildes Caldas Torres (UFAM)
Ativista Feminista Anne Moura
EMENTA: A Amazônia é uma região de grandes conflitos sociais, onde é latente a disputa pela apropriação da terra pelos movimentos sociais, cujos processos têm levado à deslegitimação de posses e propriedades de grupos tradicionais, enquanto a reforma agrária continua engavetada. Indígenas e quilombolas são tangidos e expulsos de suas terras pelo agronegócio, mineradoras, hidrelétricas, rodovias e fazendeiros agropecuaristas, com ou sem indenizações, dentre muitas outras contradições que expõem uma sangria aberta na região. As mulheres têm exercido um protagonismo político importante no campo e na cidade, cuja resistência tem demarcado o seu espaço na esfera pública e no campo da reivindicação de políticas para o gênero feminino. Este minicurso vai discutir e expor a resistência das mulheres na região, seu protagonismo, os coletivos novos que surgiram no tempo contemporâneo, dando destaque à sua ação protagonística no tempo da pandemia, sem deixar em descoberto os movimentos feministas. O minicurso mostrará que é preciso traduzir as políticas públicas em seu caráter de gênero, com o engajamento das mulheres que fazem um papel indutor na interlocução política para que o Estado ouça suas vozes e atenda as suas demandas. As mulheres não querem continuar reproduzindo as estruturas de poder que estão postas secularmente na Amazônia, elas lutam por condições de emancipação social